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Um terço da população mundial está em isolamento; veja medidas de diferentes países para conter o coronavírus

Pelo menos 2,8 bilhões de pessoas, o que representa mais de 1/3 da população mundial, vive atualmente sob algum tipo de restrição de circulação para conter o rápido avanço da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), aponta um balanço da agência France Presse (AFP).

Em um momento em que pandemia se acelera em uma taxa exponencial – os últimos 100 mil novos casos no mundo foram registrados em apenas dois dias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os países tomem medidas duras que favoreçam o isolamento físico das pessoas, apesar do custo social e econômico significativo. “Sem ação agressiva em todos os países, milhões poderão morrer”, declarou o diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, em 25 de março.

As regras de isolamento social, que variam de país para país, tem por objetivo diminuir o tempo de transmissão do vírus de pessoa a pessoa, dando aos governos tempo para equipar e fortalecer seus sistemas de saúde com equipamentos, expansão de leitos, construção de hospitais e contratação de profissionais de saúde.

Veja um resumo abaixo dos principais países em quarentena (regionais ou nacionais):

Países em quarentena

País1º caso de Covid-19Primeiras medidas de isolamentoMedidas são regionais ou federaisMedidas adotadasCasos confirmados até 26/3Mortes até 26/3
China*31/12/1922/1RegionalRestringiu circulação; fechou escolas, serviços não essenciais e fronteiras81.3293.287
Coreia do Sul20/120/1RegionalRestringiu aglomeração; fechou escolas e serviços não essenciais9.241131
Taiwan21/120/1NacionalRestringiu aglomeração e circulação; fechou escolas, serviços não essenciais e fronteiras aéreas2522
EUA22/11/3RegionalRestringiu aglomeração; fechou escolas e serviços não essenciais83.8361.209
Singapura23/127/3NacionalRestringiu aglomeração e circulação; fechou escolas; fechou serviços não essenciais e fechou fronteiras aéreas6832
Hong Kong23/120/3NacionalRestringiu circulação; fechou escolas, serviços não essenciais e fronteiras4534
França24/117/3NacionalRestringiu circulação e aglomeração; fechou serviços não essenciais; Escolas e universidades já estavam fechadas desde 12/03; fronteiras com países de fora da UE já estavam bloqueadas.29.1551.696
Alemanha27/120/3RegionalRestringiu aglomeração; fechou escolas nos estados em quarentena; fechou fronteiras terrestres43.938267
Itália31/123/2NacionalRestringiu aglomeração; fechou escolas, serviços não essenciais e fronteiras80.5898.215
Índia31/125/3nacionalRestringiu circulação e aglomeração; fechou escolas e serviços não essenciais72720
Reino Unido31/124/3NacionalRestringiu aglomeração; fechou escolas, serviços não essenciais; fronteiras com países de fora da UE já estavam bloqueadas11.658578
Espanha1/214/3NacionalRestringiu circulação e aglomeração; fechou escolas e serviços não essenciais; escolas já estavam fechadas57.7864.365
Brasil26/216/3RegionalRestringiu aglomeração; fechou escolas; fechou serviços não essenciais e fronteiras2.98577
Chile3/318/3NacionalRestringiu aglomeração; fechou escolas e serviços não essenciais; fechou fronteiras terrestres, marítimas e aéreas de todo o país.1.3064
Argentina3/320/3NacionalRestringiu circulação e aglomeração; escolas já estavam fechadas desde 16/03; fronteiras já estavam fechadas desde o dia 155029
Peru6/316/3NacionalRestringiu circulação e aglomeração; fechou escolas, serviços não essenciais e todas as fronteiras5809

Em geral, o modelo de restrição depende do grau de disseminação da doença, do contexto político e do alinhamento com as recomendações da OMS. Costumam começar com limitações de aglomerações, suspensão de aulas, avançam com restrições na circulação e, nos casos mais extremos, preveem até toque de recolher e multa a quem sair de casa.

Veja mais detalhes das medidas de restrição em alguns destes países e saiba o que líderes de diferentes espectros políticos têm dito em relação à quarentena:

No país, as medidas de quarentena têm sido adotada pelos governos estaduais e municipais, que estão preocupados com a sobrecarga nos sistemas de saúde. Mesmo antes da crise do coronavírus, o Brasil já sofria com falta de leitos em UTI em muitas cidades.

No dia 16 de março, o governo do Rio implementou quarentena no estado todo, com fechamento de escolas, shows, cinemas e cancelamento de eventos públicos e culturais; restrição de aglomerações em bares e restaurantes. Naquela semana, outros estados anunciaram o fechamento de escolas e recomendaram que a população evitasse aglomerações.

Em 24 de março, foi a vez do estado de São Paulo entrar em quarentena, com o fechamento de serviços não essenciais, como nas áreas de saúde e segurança.

O governo do presidente Jair Bolsonaro se limitou a fechar as fronteiras terrestres com países da América do Sul, que não são hoje os maiores focos de casos de coronavírus. Em diversas manifestações, Bolsonaro tem criticado a atuação dos governadores e defendido que as cidades voltem à “normalidade” para evitar danos econômicos.

“Tem alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, mas estão tomando medidas que vão prejudicar em muito a nossa economia”, afirmou o presidente em entrevista em 17 de março.

Em pronunciamento na TV no dia 24, ele disse que “devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”

Fonte: G1

Rudney Araujo

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