A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que os sintomas mais comuns do novo coronavírus (Sars-Cov-2) são: febre, tosse e dificuldade de respirar. A organização diz, ainda, que alguns pacientes podem ter dores, congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta, diarreia e cansaço provocado pela falta de ar. Esses sintomas podem ser leves e começar gradualmente.
Falta de ar
De acordo com especialistas, a falta de ar pode aparecer junto com sintomas mais comuns da Covid-19, como a tosse e o cansaço.
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas, explica que a falta de ar é um desconforto respiratório. Normalmente, percebe-se que há alguma problema quando há mais de 20 respirações por minuto.
O infectologista afirma que é muito importante observar se, junto com a falta de ar, a pessoa apresenta lábios ou pontas dos dedos roxas – ou, ainda, retração da musculatura do tórax, entre uma costela e outra, ou da fúrcula, que fica logo abaixo da garganta. “Esses são os sinais que nos preocupam.”
Segundo o pneumologista Cássio Ibiapina, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a queixa de falta de ar é um sintoma comum em doenças cardíacas e pulmonares, e é sempre um sinal preocupante.
“Nas crianças, geralmente temos uma taquipneia, que é uma respiração mais acelerada. Mas é importante ressaltar que em adolescentes e adultos essa sensação é mais difícil de perceber, pois o paciente sente às vezes uma opressão ou aperto no peito que não é valorizado como deveria”, diz o professor da UFMG.
O que é o cansaço como sintoma?
Sara Mohrbacher, clínica-geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que a primeira coisa que deve ser observada sobre o cansaço é se ele é físico ou se causado por alguma falta de ar. Se a resposta for a segunda opção, o paciente deve procurar um pronto-socorro ou um médico. “A falta de ar já é um sinal mais grave e requer uma avaliação imediata”, diz a médica.
Ela afirma que o outro tipo de cansaço, o físico, é bastante comum em processos virais ou infecções bacterianas.
“Todo resfriado – gripe, influenza ou infecções não respiratórias, como a dengue – pode causar uma falta de energia, vontade de ficar mais deitado, sono”, afirma a média. Segundo ela, dentre as causas desse sintoma, estão: infecção respiratória, problemas cardíacas e problemas pulmonares não infecciosos (como enfisema, bronquite e asma).
“Agora, se esse cansaço é persistente, e em vez de melhorar, o paciente acaba piorando com o passar dos dias, desenvolvendo alguns sintomas respiratórios (como coriza, dor de garganta, tosse com secreção com expectoração), e se tem comorbidades ou faz algum tratamento oncológico, ele precisa ser avaliado, sim”, diz a médica.
Mohrbacher afirma que na maioria das vezes o quadro se resolve sozinho caso o sintoma seja leve e acompanhado de uma tosse com pouca secreção e não ocorra falta de ar, com o paciente conseguindo se alimentar e se hidratar de forma adequada.
“Outra doença que dá muito cansaço, muita dor muscular é a dengue. Na dengue, a gente sabe que a dor muscular é um pouco mais prolongada, chega a durar até uma semana. Mas, em quadros respiratórios virais, esse sintoma tem de começar a passar depois de dois ou três dias.”