A Caixa Econômica Federal (CEF) paga nesta terça-feira (29) a última parcela do Auxílio Emergencial a 3,2 milhões de pessoas – e, com isso, encerra o calendário de pagamentos do programa lançado em abril deste ano para apoiar trabalhadores autônomos e desempregados afetados pela pandemia, e que socorreu um total de 68 milhões de brasileiros.
O ciclo de pagamentos chega ao fim e até o momento não há qualquer nenhuma indicação de que haverá um novo auxílio em 2021 ou lançamento de um novo programa social ou substituto do Bolsa Família.
De acordo com o Ministério da Cidadania, em 2021, só serão efetuados pagamentos resultantes de contestações administrativas e extrajudiciais e de decisões judiciais.
Parlamentares seguem defendendo a prorrogação do auxílio por dois ou três meses em 2021, por meio da ampliação do estado de calamidade pública, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem reafirmado que o programa irá acabar no final de 2020.
Último lote de pagamentos
Recebem nesta terça os trabalhadores nascidos em dezembro, que não fazem parte do Bolsa Família: 3,2 milhões vão receber uma parcela do Auxílio Emergencial extensão, de R$ 300; enquanto outros cerca de 50,3 mil mil ainda vão receber parcela de R$ 600.
Para os trabalhadores do Bolsa Família, os pagamentos da última parcela do auxílio emergencial se encerraram em 23 de dezembro. A partir de janeiro, esse público volta a receber o bolsa.
VEJA QUEM RECEBE NESTA TERÇA:
- Cerca de 50,3 mil trabalhadores do Cadastro Único e inscritos via site e app, nascidos em dezembro:
– aprovados que receberam 4 parcelas recebem a última parcela de R$ 600
– aprovados que receberam de 1 a 3 parcelas recebem parcelas de R$ 600 restantes até a 5ª - 3,2 milhões de trabalhadores do Cadastro Único e inscritos via site e app, nascidos em dezembro:
– aprovados que já receberam todas as parcelas de R$ 600 (e qualquer número de parcelas de R$ 300) recebem a última parcela de R$ 300
A ajuda paga nesta terça será creditada em conta poupança social digital da Caixa, que poderá ser usada inicialmente para pagamento de contas e compras por meio do cartão virtual. Saques e transferências para quem receber o crédito nesta segunda serão liberados no dia 27 de janeiro.
Vale lembrar que, ao longo de janeiro, prossegue apenas o calendário de liberação de saques em dinheiro e transferências bancárias para os trabalhadores que até então só puderam movimentar a última parcela do auxílio através do aplicativo Caixa TEM. Veja abaixo o calendário:
Calendário final de saque em dinheiro do último ciclo do Auxílio Emergenial — Foto: Divulgação/Caixa
Pelas regras do programa, os valores não sacados das poupanças digitais abertas e não movimentadas no prazo de 270 dias retornarão para a União.
Números do programa
O Auxílio Emergencial socorreu 68 milhões de cidadãos diretamente, totalizando um gasto público sem precedentes de mais R$ 300 bilhões em pagamentos. Para dimensionar o impacto do programa, basta comparar com o Bolsa Família, que tem orçamento de cerca de R$ 35 bilhões ao ano.
O auxílio apoiou trabalhadores que se viram de uma hora para a outra sem renda e foi decisivo para oferecer algum alívio à população de menor renda e para evitar um tombo ainda maior da economia em 2020.
“O benefício sempre esteve presente em cerca de 40% das residências do país. Em julho, esse número chegou ao pico de 44,1% dos domicílios”, informou o Ministério da Cidadania.
Os beneficiados receberam ao menos 5 parcelas de no mínimo R$ 600. Em setembro, o governo decidiu prorrogar o auxílio até dezembro no valor de R$ 300, mas o governo redefiniu as regras e só 56% dos aprovados fora do Bolsa Família tiveram direito a receber mais 4 parcelas extras.
Segundo o Ministério da Cidadania, o balanço final só será divulgado após a finalização de todos os processos de contestação ainda em análise.
Em balanço feito pela Caixa até o dia 28 de dezembro, foram pagos R$ 291,8 bilhões a 67,9 milhões de beneficiários. Os números devem subir com os pagamentos desta terça.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro — Foto: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo