O Butantan questionou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15) sobre quantas doses da CoronaVac serão destinadas ao estado de São Paulo no Plano Nacional de Imunização. A vacina contra a Covid-19 é produzida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
A pergunta foi enviada após a pasta ter emitido um ofício, na tarde desta sexta, solicitando a entrega “imediata” de todas as 6 milhões de doses prontas do imunizante que haviam sido importadas da China e estão em São Paulo.
A gestão João Doria (PSDB) estima que São Paulo tem direito a cerca de 1,5 milhão de doses – o cálculo é feito com base no tamanho da população do estado.
A CoronaVac foi adquirida do governo paulista pelo Ministério da Saúde, mas ainda é necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser aplicada na população brasileira.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia afirmado que a chegada ao Brasil de outra vacina, a de Oxford, vai atrasar até três dias. O imunizante será buscado na Índia, e a partida da aeronave – que deve buscar 2 milhões de doses adquiridas do laboratório Serum – estava programada para as 23h desta sexta (leia mais abaixo).
Neste domingo (17), a Anvisa vai analisar dois pedidos de uso emergencial de vacinas – justamente o da CoronaVac e o de Oxford/AstraZeneca (leia mais abaixo).
Após reunião com o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (14), prefeitos disseram que o ministro Eduardo Pazuello anunciou que a vacinação começará em todo o país no dia 20 de janeiro.
Sobre a solicitação de entrega imediata feita pelo Ministério da Saúde, o Butantan disse que “já enviou resposta perguntando à pasta federal qual quantitativo será destinado ao Estado de São Paulo”.
“Para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é praxe que uma parte das doses permaneça em São Paulo, estado mais populoso do Brasil”, afirmou a instituição em nota.
“Isso acontece, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. Portanto, o instituto aguarda manifestação do Ministério também em relação às doses da vacina contra o novo coronavírus.”
A solicitação do envio imediato das doses da CoronanaVac foi feita em documento assinado pelo diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, e endereçado ao diretor do Butatan, Dimas Covas.
“Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”, diz o documento.
O documento do ministério acrescenta: “Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19”.
Atraso na busca de doses na Índia