Um hospital centenário que presta mais de 22 mil atendimentos por mês aos paraibanos, corre o risco de comprometer os atendimentos em razão do repasse da verba SUS que chega a atrasar até 90 dias, foi revelado pelo presidente do Instituto Walfredo Guedes Pereira, o executivo Geraldo Guedes Filho, numa entrevista nesta terça-feira (18), a uma emissora de rádio na grande João Pessoa, principalmente, a preocupação do gestor leva em consideração o compromisso do cuidado com uma parte do público-alvo do Hospital São Vicente, administrado pelo instituo, que são os doentes oncológicos e renais crônicos que carecem de sessões de hemodiálises semanais.
Geraldo Guedes Filho adiantou que a unidade hospitalar busca ser resolutiva e trabalha para manter o nível de atendimentos de forma célere e humanizada, princípios básicos do SUS, aos seus quase 95% dos pacientes com verba federal, liberada pelo Ministério da Saúde, cujo repasse acontece pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vinculada a Prefeitura Municipal de João Pessoa, e ainda, por meio de convênio com a Secretaria de Estado da Saúde.
De forma saudosista, o presidente do IWGP lembrou da trajetória da unidade hospitalar e que, “com um orgulho muito grande, administra o local onde nasceu, assim como outros paraibanos que contavam há muitos anos, com a principal maternidade da capital, hoje, Hospital São Vicente.
“Atualmente, prestamos um serviço sem parar e recebemos metade de novembro do que foi produzido até agora. A burocracia tem machucado muito o nosso andamento. Uma média aceitável seria de 45 dias, após 60 dias, a situação já se torna crítica”, lamentou Geraldo Guedes Filho.
Ele lembrou que não há para quem apelar, e a diligência é peregrinar diariamente aos gabinetes da SMS, uma vez que ambas as entidades são parceiras. “Nós dependemos deles em razão desses repasses, e eles de nós para o atendimento à população. Se perde muito tempo com lentidão e burocracia,” desabafou.
Geraldo Guedes lembrou a importância das emendas parlamentares para a compra de equipamentos, medicações e melhorias na infraestrutura, onde nos últimos três anos foi adquirido por exemplo, um tomógrafo e máquina de hemodinâmica, essa última voltada para as cirurgias vasculares. “Hoje precisamos de uma ressonância e um acelerador linear para as radioterapias, encaminhadas aos nossos hospitais irmãos, Napoleão Laureano e FAP. Somos a segunda referência no tratamento oncológico que chega a 30% do total de tratamentos”, destacou.
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