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A postura correta diante do erro de quem tem visão aguçada para aprimorar gestão

POR LUIS TÔRRES

A saúde pública não pode errar. Afinal, vidas e integridades físicas estão em jogo. Caso erre, a gestão pública em saúde não pode potencializar o erro com um comportamento corporativista.

A postura que a Secretaria de Saúde do Estado adotou diante do grave erro identificado em pacientes submetidos a cirurgias oftalmológicas no Hospital das Clínicas, em Campina Grande, é um caso clássico de como se deve agir no pós.

De início, nada de esconder ou tentar atenuar o caso. Paralelamente, evitar adotar uma postura de defesa intransigente. Ao contrário, expor todos os personagens e buscar punir os responsáveis, reconhecendo que houve erro e que, além de repará-lo, fazer com que paguem por ele,  nem que isso custe cortar na própria carne. Por fim, ficar completamente em favor do usuário claramente lesado e nunca contra ele.

Em suma, foram essas as medidas adotadas pelo secretário de Saúde do Estado, Ari Reis, que em momento algum foi à imprensa para abafar o assunto ou defender a tudo e a todos indistintamente.

Ari Reis mostrou que a Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada para fazer os exames, tinha a responsabilidade de fazer tudo dentro de um protocolo de segurança. E determinou imediata apuração, sem fazer defesa prévia alguma, para confirmar qual o equívoco identificado.

Suspendeu contrato, abriu inquéritos, provocou Ministério Público, Polícia Civil e Conselho Regional de Medicina para saber se foi um erro de “fora” ou até mesmo “de dentro”. E, mais, privilegiou toda a assistência aos pacientes prejudicados.

Uma antítese do que vimos – e criticamos – quando do episódio da morte do bebê e da mãe no ISEA, onde a prefeitura de Campina Grande se armou até os dentes para apontar que, da parte da gestão, não havia nada que se desculpar, chegando a transferir indiretamente a culpa da morte pelas vítimas em questão.

O erro com as cirurgias oftalmológicas não se apaga com isso. Mas a postura da Secretaria de Saúde do Estado revela que errar, apesar de ser humano, não é algo que merece da gestão uma defesa cega.

O que facilita para a identificação de responsáveis e, especialmente, adoção de medidas administrativas que reduzam ainda mais as chances de repetição de equívocos como este.

Neste caso, o secretário Ari Reis deu uma aula de postura. E de sensibilidade diante do assunto. Não passou a mão na cabeça de ninguém. Nem da dele própria. E parece ter inspirado maios segurança do que a postura defensiva de quem prefere lutar para acobertar erros no lugar de enfrenta-los.

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