Os fanáticos dos dois lados não vão entender, nem muito menos concordar, mas Hugo Motta tem sido um juiz importantíssimo para o Brasil nestes tempos de radicalização, e, consequentemente, de exageros – e patuscadas – por parte do governo e da oposição.
Vivendo nesta gangorra de agradar e desagradar um dos lados regularmente, e sendo incompreendido por isso, o presidente da Câmara dos Deputados é, independentemente dos reais motivos da sua postura, um ponto de equilíbrio num país de desequilibrados.
Um sinal de lucidez num hospício de lunáticos.
Um moderador numa arena de extremistas.
Postura que impede o Brasil de explodir mesmo estando em ebulição.
Disse isso no momento de sua posse e repito, com base em sua trajetória neste primeiro semestre: Hugo Motta é o Centrão necessário para o Brasil.
Aliás, se sua personalidade se alastrasse para outras lideranças e instituições teríamos menos focos de tensão entre poderes, e talvez pudéssemos, enfim, sonhar com uma nação mais colaborativa, onde realmente o brasileiro na ponta do abismo pudesse ter alternativas de não despencar (ainda mais) no buraco.
Sua posição na questão do aumento tresloucado do governo Lula junto ao IOF demonstrou bem sua postura. Hugo já deixou claro que o governo não avançará sem freio nessa. Ele saiu da reunião de líderes deixando claro que é contra o aumento do imposto, e que está com a oposição no mérito da questão. Mas que tem a responsabilidade de dar ao governo a chance de propor alternativas para a suspensão do aumento sem que as contas fiscais sofram ainda mais abalos.
Ou seja, deixou claro que concordar com o mérito não significa torcer pelo caos. Isso é racional sim ! “Não interessa ao Poder Legislativo tocar fogo no país”, declarou, formando sem querer querendo um grande slogan para o Brasil.
Infelizmente, na platéia, há uma multidão de incendiários. Que não entendem essa linguagem.
E, auto inflamáveis, querem tocar fogo no próprio avião em que estão voando.
- Blog do Luís Tôrres