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CRM-PB apura denúncia de negligência no Hospital da Criança e caso expõe falhas na gestão da saúde em Campina Grande

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) instaurou, nesta terça-feira (13), uma sindicância para apurar denúncia de negligência médica no Hospital da Criança, em Campina Grande, que teria resultado na morte do menino Jessé Alexandre Lopes Dantas, de apenas 4 anos. A morte da criança ocorreu em janeiro deste ano, mas o caso ganhou repercussão recentemente após a mãe, a auxiliar de enfermagem Mayara Azevêdo, tornar pública a denúncia em suas redes sociais.

Segundo o relato da mãe, o hospital – que é de responsabilidade da Prefeitura de Campina Grande – não ofereceu atendimento adequado à criança. Ela denuncia que houve omissão de diagnóstico, falta de leito apropriado, descaso diante das dores do menino e demora na transferência para a UTI, o que, segundo ela, contribuiu para o agravamento do quadro e a morte do filho.

“Meu filho chegou a ficar deitado em duas cadeiras plásticas por falta de leito. Foi colocado em berços inadequados e a equipe ignorava o choro de dor dele. Quando decidiram levá-lo para o Hospital Help, já era tarde. Ele perdeu muito sangue, sofreu quatro paradas respiratórias e morreu”, relatou Mayara.

Ela afirma que, mesmo com a gravidade do caso, os profissionais da unidade hesitaram em levá-lo à UTI, o que só ocorreu no mesmo dia em que Jessé veio a óbito. A mãe relata ainda que, no primeiro atendimento, no dia 20 de janeiro, o menino foi medicado e liberado para casa, mesmo com sintomas evidentes de dificuldade respiratória.

O caso escancara os problemas estruturais da saúde pública em Campina Grande, que tem sido alvo de denúncias constantes por superlotação, falta de insumos e condições precárias em unidades hospitalares municipais. A gestão do prefeito Bruno Cunha Lima (União) é duramente criticada por mães que utilizam o SUS e não encontram atendimento digno para seus filhos.

“Eu tenho medo de levar minha filha menor naquele hospital. A perda de Jessé nos destruiu e a forma como fomos tratados revolta. Quero justiça para meu filho, que era saudável e cheio de vida. Espero que nenhuma outra mãe passe pelo que eu passei”, desabafou Mayara, que está em acompanhamento psicológico desde a perda do filho.

Com a sindicância aberta, o CRM-PB vai investigar a conduta dos profissionais envolvidos. A depender do resultado, podem ser aplicadas sanções que vão de advertência à cassação de registro médico.

Enquanto isso, a população cobra respostas da Prefeitura de Campina Grande. A morte de Jessé não é apenas uma tragédia familiar, mas um símbolo do descaso com a saúde infantil e com a rede pública da cidade.

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